sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Sustentabilidade e Tecnologia: inimigos ou aliados?



O crescente desenvolvimento tecnológico resultou em um grande problema ambiental: o lixo eletrônico. Dados do relatório da ABDI (Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial), de 2013, mostram que o Brasil produz, em média, 1 milhão de toneladas de resíduos tecnológicos por ano.
Quanto mais aparelhos eletrônicos disponíveis, maior será o consumo de energia elétrica. Apenas em 2013 o Brasil teve um crescimento de 3,5% no uso de eletricidade, de acordo com pesquisa da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao Ministério de Minas e Energia. Foram 463,7 mil gigawatts-hora (GWh), puxados pelo consumo residencial (aumento de 6,1%).
Os números reforçam o caráter de vilã que a tecnologia tem quando o assunto é meio ambiente. Afinal de contas, o desenvolvimento da área fez crescer a quantidade de poluentes emitidos pela sociedade, resultando em mais agressão contra a natureza. É importante ter consciência de que todas as soluções tecnológicas também são agentes de poluição.
Porém, com o bom uso, os mesmos dispositivos que agridem o planeta também podem contribuir para práticas sustentáveis. A tendência é conhecida como “TI Verde” e consiste no desenvolvimento de tecnologia que contribui para evitar o desperdício de materiais e diminuir o consumo de energia elétrica.
O conceito permite uma melhor conscientização das pessoas acerca do tema. Com uma conectividade cada vez maior, mais ferramentas são criadas para mostrar soluções sustentáveis que podem ser adotadas por todos. Estimulada no ambiente corporativo, a prática de TI Verde ainda é tímida no residencial.
São ideias simples, mas eficazes. A troca de lâmpadas incandescentes pelas de LED economiza energia elétrica. Criar instalações que interrompem o fluxo de energia para carregadores de celulares quando o dispositivo estiver com a bateria cheia e, até mesmo, a aquisição de produtos com o selo de eficiência energética também ajuda.  Informar-se sobre o descarte correto de equipamentos tecnológicos pode ser muito útil, já que muitos possuem materiais tóxicos, como as baterias de celulares e notebooks. Algumas cidades brasileiras já implantaram centros de resíduos com o objetivo de realizar uma reciclagem adequada. Estes espaços devem se ampliar tal qual o mercado de dispositivos tecnológicos.
Se a tecnologia será a vilã ou aliada para um mundo melhor, só os usuários conseguirão responder.


Fonte: http://canaltech.com.br/noticia/sustentabilidade/Sustentabilidade-e-Tecnologia-inimigos-ou-aliados/

Sustentabilidade: uma ideia boa, mas não uma tarefa fácil.




A ambição de transformar uma empresa tradicional em uma organização sustentável é cada vez mais comum. De acordo com o getAbstract, principal serviço de resumos sobre livros técnicos recomendados para executivos, o termo sustentabilidade se tornou um dos temas mais focados na literatura de negócios. Entre os cerca de 5 mil títulos presentes no acervo, 460 volumes estão relacionados ao tema. A palavra sustentabilidade está no mesmo nível de procura que temas comuns como: “negociação”, “mercado de capitais”, “marketing” e “consultoria” (Smeraldi 2009). Entretanto, apesar de existir uma procura maior pelo tema, poucas organizações conseguem efetivamente ultrapassar a barreira entre a pretensão e a efetivação. Como diz a sabedoria popular: Falar é fácil, fazer não é tão simples.
Como um exemplo dessa situação, podemos citar “O Guia Exame de Sustentabilidade” (edição especial da revista Exame), o qual todo ano realiza uma competição para selecionar a empresa mais sustentável do país. A inscrição para o processo de seleção é feita de modo espontâneo, no entanto só participam do processo seletivo aquelas que responderem 122 perguntas sobre atividades relacionadas à sustentabilidade. As perguntas são, de certo modo, simples e estão pautadas sobre a existência de comitês, publicação de relatórios, metas para redução de CO2, remunerações relacionadas a metas ambientais e sociais etc. As empresas não precisam realizar as atividades, apenas responder as perguntas.
No guia de 2009, 210 empresas se inscreveram e apenas 141 (ou 67,1%) responderam todas as perguntas. Partindo do pressuposto, as 210 empresas inscritas, possivelmente, acreditavam que poderiam ser consideradas “a empresa sustentável do ano”, uma vez que a inscrição é feita de modo espontâneo. Também que esta competição seguiria um critério mais jornalístico e não seria tão rigorosa como outros indicadores de sustentabilidade. Pode-se concluir que mais de um terço das empresas que se consideravam sustentáveis, não conseguiram sequer participar por não responder perguntas simples sobre algumas atividades.
Entretanto, existe um pequeno grupo de organizações que tem empenhado um real esforço para se adequar a essa política e o mais importante; elas têm tido um grande sucesso econômico. Incorporando a sustentabilidade em uma política cotidiana, as questões ambientais e sociais começam a fazer parte do crescimento econômico, e não significam um problema para ele. Um exemplo de sucesso no Brasil é a Natura Cosméticos. A sua política de sustentabilidade envolve toda sua cadeia de produção, desde a coleta do produto na natureza para a fabricação do cosmético até o destino da embalagem. Apenas no ano de 2008, a empresa gerou um lucro de 2 bilhões de dólares, e foi considerada a Maior e Melhor Empresa do Brasil de 2009 pela mesma revista que realiza o Guia Exame de Sustentabilidade.
Em resumo, existe um grupo de organizações que tem gerado grande lucro com uma política sustentável, que tornou a idéia atraente aumentando a procura pelo tema. Contudo, como não é algo simples e muito menos rápido, poucos têm alcançado sucesso. Nas palavras do pesquisador Desta Mebratu (1998), muitas organizações que buscam uma política sustentável se baseiam em apenas argumentos vagos como mudança de ética e paradigma, e esquecem as ações realmente concretas.


Fonte: http://revistasustentabilidade.com.br/sustentabilidade-uma-ideia-boa-mas-nao-uma-tarefa-facil-por-rafael-morais-chiaravalloti/

Recursos naturais: Combater o desperdício



Muitas civilizações pereceram pela incapacidade de lidar com o meio ambiente e recursos naturais, mas na escala planetária de hoje, pode se dizer que o tema entrou na agenda basicamente há quarenta anos. Na década de 70 surgiram os primeiros alertas, a exemplo do “Limites do Crescimento” do Clube de Roma e da realização da Conferência de Estocolmo.
Mas somente a partir do final da década de 80 a questão assumiu outra dimensão: buraco na camada de ozônio, mudança do clima, perda de biodiversidade e florestas, acidificação dos oceanos e dilapidação dos estoques pesqueiros, enfim, o que temos visto nos jornais todos os dias.
Certamente hoje qualquer cidadão do mundo se ressente dos problemas ambientais. Em Pequim a poluição do ar exige mudanças. Na Califórnia a seca dramática exige medidas como racionamento de água. Em Nova Iorque, esforços são feitos para se adaptar à mudança do clima e recuperar a cidade dos impactos do furacão Sandy.
E no Brasil?
A população nordestina sofre os efeitos da seca prolongada, vivendo da distribuição de água pelos caminhões pipa. Em São Paulo, além do calor insuportável, iniciou-se, em algumas porções da região metropolitana, o racionamento de água.
Até aqui nada de novo. Mas a reflexão que faço diz respeito a determinar se, de fato, chegamos a um ponto no qual compreendemos a nossa “vulnerabilidade” diante do meio ambiente. Quer dizer, se realmente internalizamos a idéia de que não somos senhores capazes de dominar a natureza. E se somos capazes de gerenciar adequadamente essa nossa relação sem comprometer o presente e o futuro.
No caso do Brasil, enfrentamos há menos de uma década o grave problema do apagão, exigindo da sociedade redução significativa no consumo de energia, com resultados extremamente positivos. Mas o fato é que por falta de determinação do poder público, esses esforços se perderam no tempo e, com isso, cada um de nós voltou ao desperdício. E este, é bom que se diga, não se justifica pelo simples fato de que quando pagamos a conta de luz, este pagamento não contempla necessariamente os custos de oportunidade dos investimentos públicos em infraestrutura, bem como os impactos ambientais de maneira geral.
No caso do baixo nível dos reservatórios de água das hidrelétricas, o país está utilizando as térmicas, que além de caras, representam aumento de emissão de gases efeito estufa (GEE). Poderíamos estar radicalizando a eficiência energética no país, com metas claras e utilização de um repertório grande de medidas que viessem a torná-la algo presente em nossas vidas. Edifícios públicos e privados com baixo uso de energia, veículos automotores com pouco consumo, eletrodomésticos com as melhores tecnologias, iluminação pública nas cidades com as melhores lâmpadas…
E no caso de água, aproveitar esta crise para demandar um combate efetivo ao desperdício. Equipamentos eficientes, arquitetura e engenharia que induzam ao reuso de água, enfim, temos que criar uma mentalidade que se traduza pelo entendimento de que diminuir as nossas vulnerabilidades, como se evidencia na crise de água e de energia no Brasil, depende de uma mudança radical no modo que consumimos os nossos recursos naturais.


Fonte: http://revistasustentabilidade.com.br/recursos-naturais-combater-o-desperdicio/

Abaixo o desperdício!




Ao contrário de nossos pais e avôs, nossas escolhas hoje provocam muito mais impactos ambientais que 30, 40 ou 50 anos atrás. Há uma tendência natural pela utilização de energia elétrica obtida de fontes renováveis, como os ventos, o sol e a água. Ou ainda pela biomassa obtida pela queima de bagaço de cana-de-açúcar, por exemplo. Essa mudança de paradigma, intensificada após o racionamento de eletricidade no Brasil em 2001, está consolidada na sociedade brasileira e tem contribuído para criar uma cultura nova em termos de consumo consciente no país.
É disso que estão se preocupando centenas de empresas no mundo todo. Como continuar produzindo, gerando emprego e renda, sem ultrapassar a barreira de agressão ao planeta? Qual a equação da sustentabilidade que garante desenvolvimento, bem-estar, qualidade de vida e preservação do meio ambiente e das condições de vida na natureza?
Mesmo sem conseguir desviar totalmente a atenção para o problema, o Brasil percebeu que deve priorizar o esforço para zerar a poluição e a emissão de gases do efeito estufa, preservar os ecossistemas, utilizando-se dos conceitos da eficiência energética, seja pela substituição das fontes poluentes e não-renováveis por outras alternativas limpas e renováveis.
A situação ganhou contornos preocupantes à medida que o desperdício de energia no Brasil atinge R$ 10 bilhões por ano, algo em torno de 10% de toda a energia gerada pelo país, segundo cálculos do governo federal. Uma comparação mais concreta aponta que o desperdício é do tamanho da geração de cinco usinas nucleares do porte de Angra 3, com 1.400 MW de potência instalada.
Um caso emblemático de desperdício é o das geladeiras ineficientes. Esses equipamentos respondem, em média, por 22% de uma conta de luz, mas as facilidades de aquisição de modelos mais eficientes esbarram no preço. As geladeiras com o selo Procel A (mais econômicas) invariavelmente são as mais caras. A simples substituição da geladeira velha por um modelo eficiente pode representar uma economia de consumo da ordem de quase 3%, que equivale ao gasto médio mensal com o ferro elétrico ou com a aparelhagem de som.
Algumas distribuidoras de eletricidade do Brasil, entre elas as do grupo CPFL Energia, estão sensíveis a essa realidade. Milhares de geladeiras estão sendo substituídas em diversas cidades do interior paulista e litoral, beneficiando a população de menor poder aquisitivo. A ideia é retirar a geladeira antiga, que consome mais energia, trocando-a por um modelo eficiente, sem custo para o cliente de baixo poder aquisitivo.
Outra iniciativa com esse objetivo envolve a doação de milhares de lâmpadas eficientes, entregues para a população carente em kits com três unidades, além da substituição de chuveiros por modelos mais econômicos, que utilizam soluções que amenizam a utilização da eletricidade. Essas três ações fazem com que a conta de luz de uma residência possa ser reduzida em até 80%. Estamos falando aqui obviamente de unidades de baixo poder aquisitivo.
Por tudo isso, os primeiros resultados já começam a ser percebidos nas faturas de consumo de eletricidade. Para complementar essa logística, um pequeno exército de técnicos e especialistas percorre as regiões mais carentes levando dicas e orientações de uso racional de energia elétrica. Essa prática, um verdadeiro trabalho de formiguinhas, tem contribuído para incutir novas posturas em um cliente nem sempre acostumado a evitar o desperdício, na maioria das vezes por desconhecimento.
O Brasil, entre outros desafios, enfrenta a cultura do desperdício da população, e está disposto a vencer esse obstáculo. As empresas concessionárias de energia elétrica e a população em geral têm o firme compromisso de facilitar essa tarefa, tendo como parâmetro um mundo melhor para todos.


Fonte: http://revistasustentabilidade.com.br/abaixo-o-desperdicio/

O que é sustentabilidade?




Experimente pesquisar o conceito de sustentabilidade em qualquer lugar e encontrará definições que falarão sobre: “pensamento sistêmico”, “equilíbrio dos ecossistemas”, “Relatório Brundtland”, hã? Calma. Vamos entender isso de maneira mais prática?
A ideia central da sustentabilidade é que é possível continuarmos vivendo e nos desenvolvendo de forma com que haja continuidade e equilíbrio em relação aos recursos disponíveis. Tudo o que se retira – se apenas retiramos – uma hora vai acabar. Assim, devemos oferecer ao planeta tanto quanto retiramos dele.
O mencionado “Relatório Brundtland”, publicado em 1987, diz que sustentabilidade é “suprir as necessidades da geração presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprir as suas”. Esta é a ideia!
Trazendo a discussão para o nosso quintal, se eu posso derrubar uma árvore porque quero construir minha casinha ali, posso também plantar outras duas para que meus netos tenham, anos depois, fruta e sombra num dia de sol.
Outra ideia de uma vida sustentável é estabelecer uma relação economicamente viável com o mundo. Trabalhar e buscar parcerias com quem está perto da gente é melhor, pois, além de fomentar o desenvolvimento daquela região, favorece o equilíbrio de todo o meio ambiente à sua volta.
Entenda que é possível cada um de nós trazer para dentro de sua vida, de sua rotina, de sua casa, as suas próprias ações sustentáveis, que podem ter uma importância muito maior do que a se imagina!
Limpar o oceano das manchas de óleo que os navios cargueiros despejam parece uma tarefa impossível, não é mesmo? Mas, separar o lixo, apagar as luzes na hora de dormir e não desperdiçar a água que utilizamos está, sim, ao seu alcance. E, acredite: é exatamente a força dessa conscientização e dessa união que poderá, um dia, deixar limpos e cristalinos todos os oceanos do planeta.

Fonte: http://www.swu.com.br/movimento-swu/o-que-e-sustentabilidade/